“Se as cidades fossem projetadas por mulheres, elas beneficiariam todas as pessoas”. A afirmação é da urbanista May East, autora do livro “E se as mulheres projetassem a cidade?”, convidada pela AsBEA-SC para apresentar o tema no evento que será realizado no dia 18 de março, em Florianópolis. O evento marca o início da nova gestão da AsBEA-SC, que tem a arquiteta Maria Aparecida Cury Figueiredo (Pari) como presidente, e é exclusivo para os escritórios de arquitetura e empresas associadas e convidados da entidade.
O livro é originado da tese de Doutorado em Arquitetura e Planejamento Urbano pela Universidade de Dundee, Escócia, onde May East vive, e explora as relações entre as mulheres e as cidades na criação de bairros regenerativos lançando uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento urbano. Ele se baseia em uma série de documentos que reafirmam o quanto historicamente as cidades vêm sendo planejadas e construídas tomando, principalmente, a experiência masculina como referência. Como resultado, as cidades tendem a funcionar melhor para os homens do que para as mulheres. E, com base em entrevistas feitas durante caminhadas com 274 mulheres, May identificou 33 pontos de alavancagem que apontam como urbanistas, gestores públicos e comunidades podem intervir nos sistemas de planejamento urbano, para que as cidades do presente e do futuro possam ser mais inclusivas e habitáveis.
Contudo, May East reforça que o foco desta investigação não foi um estudo comparativo entre os gêneros. “Compreender as principais tendências de urbanização que se desdobrarão nos próximos anos e revisitar o papel que as mulheres podem desempenhar na mediação do espaço e na criação do lugar são cruciais para forjar um urbanismo de gênero que funcione para todas e todos”, afirma a urbanista.
O evento marca o início das ações da Gestão 2025-2026 da AsBEA-SC e contará com a apresentação da diretoria e das atividades planejadas e com uma homenagem à arquiteta Maria Lúcia Mendes Gobbi, uma das fundadoras da regional catarinense da AsBEA-SC. “Entre os focos desta gestão está a valorização do protagonismo e do potencial da mulher na arquitetura catarinense. As mulheres representam 70% do total de profissionais da área em todo o estado de Santa Catarina e merecem o nosso reconhecimento”, afirma a arquiteta Maria Aparecida Cury Figueiredo (Pari), presidente da AsBEA-SC, citando dados divulgados pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU-SC).
No final do evento, durante o brinde de confraternização, será realizada a sessão de autógrafos do livro de mesmo título de May East.
SOBRE MAY EAST
May East nasceu em São Paulo e hoje vive entre Florianópolis e Edimburgo, capital da Escócia. Ela é uma urbanista internacional e designer regenerativa, atuando para a vitalidade e viabilidade de ecocomunidades, cidades mineradoras, assentamentos informais, aldeias tradicionais, cidades em transição e cidades fantasmas.
May possui Mestrado em Planejamento Espacial com especialização na reabilitação de povoados e cidade abandonadas, e Doutorado em Arquitetura e Planejamento Urbano pela Universidade de Dundee, Escócia, com a tese intitulada E se as Mulheres Projetassem a Cidade?.
Associada há duas décadas à UNITAR – Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa – May é Membro Consultivo da Divisão de Pessoas e Inclusão Social. Ela é especialista em promover a integração vertical entre soluções comunitárias para a resiliência climática. Atualmente, ela trabalha com governos locais e regionais, setor privado e agências intergovernamentais na elaboração de políticas e intervenções promovendo igualdade de gênero no planejamento urbano e a redução das emissões de carbono, entre outras pautas.
May East foi designada como uma das 100 Líderes Globais em Sustentabilidade por três anos consecutivos (2011, 2012 e 2013) na lista concebida e produzida por Ken Hickson, presidente/CEO da Sustain Ability Showcase Asia e ABC Carbon, e Mulher da Década em Sustentabilidade e Liderança pelo Women Economic Forum 2019.